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Dr. Luís Gonçalves

Pediatra e Neonatologista
Coordenador do Departamento 
de Pediatria e Neonatologia

E a hora das refeições é… momento de prazer ou de batalha?

HPA Magazine 12


A alimentação não é apenas uma questão de nutrição, deverá também ser um momento de prazer! Mas nem sempre assim acontece. E para todos nós pais, a hora da refeição pode tornar-se um verdadeiro tormento, para nós e para os nossos filhos.
A regra principal, é saber que não existem regras. No entanto, deverá ser: acreditar que todos vamos conseguir alimentar os nossos filhos, tal como fazem os outros pais e as outras famílias! 

A segunda regra deve ser insistir, insistir e insistir sem obrigar…e nunca desistir! Está provado que são necessárias 8 a 11 tentativas para nos habituarmos a um novo alimento! O sabor doce é inato, no entanto é preciso aprender a gostar dos outros (salgado, ácido, amargo), sendo que isso leva o seu tempo. Hoje poderemos conquistar uma, duas colheres, amanhã serão mais algumas com certeza.



Quando a criança não tem qualquer perturbação neuro motora, não há razão para que não coma conforme o plano alimentar orientado pelo pediatra.
A partir de um ano de idade, a criança está preparada para experimentar “comida da panela”, ou seja, deve ter uma dieta igual à da sua família, desde que pouco condimentada, com pouco sal e gordura e adição de açúcares.
A alimentação e a hora da refeição, em particular, deverão ser para a criança um momento de prazer e aprendizagem. Além disso, mastigar e deglutir é importante para o desenvolvimento facial equilibrado e a linguagem. Durante a refeição os sabores, os odores, as cores e as texturas dos alimentos integram-se, originando uma resposta motora não só para a mastigação e deglutição, mas também neuro sensorial.
Para algumas crianças este processo é fácil e natural, para outras estas misturas de sabores, odores e texturas provocam reações, cujas respostas, poderão ir desde encerrar a boca, colar a língua ao céu da boca, não engolir ou até mesmo provocar o vómito.
A criança está a descobrir os sabores e as preferências, por isso, gostar mais deste ou daquele alimento é natural. De entre todos os que detesta, com certeza que haverá este ou aquele que apenas gosta menos.
Se a mãe já teve uma alimentação diversificada e equilibrada durante toda a gravidez vai ajudar na introdução e diversificação alimentar da criança. Este conceito integra-se nos primeiros mil dias de vida, que incluem a gravidez e os primeiros 2 anos. Assim, temos cerca de dois anos para por o nosso filho a comer de forma saudável, equilibrada e diversificada. 
Sim acredite, ele vai comer legumes e vegetais!
Boas refeições…em família!! E sem birras!

Algumas dicas para a hora da refeição

 Não faça das refeições uma batalha. Se pensa que vai correr mal, isso vai estar espelhado no seu tom de voz, na expressão facial e corporal;

  • As birras também fazem parte do crescimento. Na hora da refeição a criança tem todas as atenções viradas para si, podendo ser o momento ideal para mostrar que pode tomar decisões.
  • Avise o seu filho que está quase na hora da refeição!
  • Desde cedo, e de acordo com a idade da criança, podem colaborar nas tarefas (contar guardanapos; ajudar a pôr a toalha; descascar alguns alimentos que não precisem de faca).
  • Criança e pais devem estar tranquilos nesse momento, de preferência, o espaço de refeição não deve ter televisão ou, então estar desligada.
  • Todos os elementos da família devem estar juntos à mesa, passando a refeição a ser um momento de prazer e convívio. Converse com os seus filhos durante as refeições. Torne o momento agradável em família.
  • Decida quais as regras que quer ver implementadas e seja firme ao aplicá-las, explicando-as sempre que necessário.
  • A refeição deverá ser igual para todos! Ou seja, os pais deverão comer a sopa, o prato e fruta, dar por isso o exemplo.
  • Deixe a criança mexer na comida. Sujar-se faz parte do crescimento e promove a autonomia. 
  • Para todas as crianças o truque é colocar pequenas porções, servindo várias vezes. Para as crianças que provocam vómito frequentemente isto é crucial, assim como colocar pouca comida de cada vez na boca e usar-se apenas uma pequena parte da colher. 
  • Deixar a criança saborear a comida. O facto de querermos despachar a refeição, para que o momento de terror termine rápido, poderá não ajudar a criança a aprender a comer. Lembre-se que são precisas 8 a 11 tentativas para passar a gostar de brócolos ou de outro alimento novo qualquer!
  • Se a criança comeu pouco ou mesmo nada, não deve sair de imediato da mesa. Idealmente deve esperar que todos terminem a refeição. O tempo em que fica à mesa deve ser ajustado ao limite de resistência à frustração de cada criança.
  • Reforçar de imediato a refeição com um alimento preferido (leite, bolachas), só porque ficou mal alimentada, pode estar a incutir à criança que não comer sopa, peixe ou carne, não é assim tão importante.
  • Poderemos até recorrer a um alimento preferido, mas sempre depois da sopa, carne, peixe ou fruta.
  • Recorrer à imaginação. Se o seu filho diz que não gosta de ervilhas, experimente contar-lhe uma história. Também pode dizer que as personagens favoritas dela adoram aqueles alimentos.
  • Não permita que o seu filho coma fora das horas das refeições. 
  • Evite forçar/obrigar! Ele não precisa de comer tudo, apenas o que lhe é essencial.
  • Castigos relacionados com a comida devem ser evitados.
  • Nas refeições no restaurante e fora de casa permita-lhe que leve um brinquedo para se entreter.